Veuillez recevoir, mon affection, 10 de Dezembro de 2007
Prof. Bernard Barrandon
Consul de Mônaco


Vos récitals, chére Eudoxia, sont un véritable régal:
Premierement votre charme et votre charisme. Le programe musical, toujours varié; à propos, comment faites-vous pour mémoriser ce vaste répertoire si bien choisi et de grande difficulté. Ce qui est admirable c'est que vous sortez de ce marathon "fraiche comme une rose" comme on le dit dans le doux pays de France.
Merci pour ce beau récital, je profite ce petit mot pour vous envoyer, ainsi qu'au grand Oswaldo Lacerda une grande fête de Noël et un merveilleux 2008 plein de joies, de bonheur, de santé et de musique.

O Estado do Amazonas – 08 de Julho de 2006
Icbeu - a festa dos 50 anos
Coluna do Marinho


Quem não foi perdeu uma das apresentações mais sensacionais que já vi aqui na terra Ajuricaba. Depois da bonita Missa Cabocla cantada por Raízes Caboclas e celebrada por Dom Luiz, nosso Arcebispo, cedo pela manhã, à tarde tivemos o lançamento do livreto "ICBEU - 50 anos - Um sonho que virou realidade, com mais de 80 páginas de depoimentos de professores, dirigentes e ex-alunos, que contaram um pouco de como o professor Rui Alencar e alguns companheiros tornaram o sonho de um curso de língua inglesa, começado em 1956, virou a Universidade que hoje conhecemos na avenida Joaquim Nabuco. Depois teve a apresentação da Big Band e a abertura da exposição de artistas locais, para às 20hs começarmos a ouvir a aula de música e de interpretação ao piano de uma das mais importantes intérpretes brasileiras, Eudóxia de Barros, que desenvolveu com maestria um levantamento da música internacional e principalmente regional da composição e do piano no Brasil. Foi aula de uma brasileira extraordinária que durante sete espaços musicais foi de Mozart aos pianistas brasileiros Osvaldo Lacerda, seu marido passando por Mignone, Edino Kriger, Zequinha de Abreu, Ernesto Nazareth (ela é uma das suas mais vigorosas e competentes intérpretes), terminando com o amazonense Arnaldo Rebelo fazendo uma das suas mais conhecidas obras "Lundu Amazonense", me lembrar as ótimas performances dele no teatro Amazonas. Para encerrar com a obra-prima do músico americano Louis Gottschalk na sua "Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro", que após uma frenética e desbundante interpretação da querida artista, viu a platéia aplaudi-la de pé. Foi lindo e empolgante. De arrepiar e empurrar de volta uma ou outra lágrima que teimava em aparecer nos nossos olhos.
Ruy, Helena, Bernardo, Belém, Bob Vieira, Lindalva, Simi e agora até o Gonzalez que com a gente não sentaram na platéia, lá de cima agradecem o bonito espetáculo. As fotos do Uerlan Monteiro da Foto Nascimento retratam um pouco da festa.

Diário Popular – Pelotas – 21 de Abril de 1985
Eudóxia mostrou que é uma estrela
Nelson Abott de Freitas


Depois de muito anunciado pela subsecretaria de Cultura da SEC e 5a. DE, o concerto de Eudóxia de Barros saiu finalmente em dia e horário marcados. Conservatório de Música lotado e o público em silenciosa expectativa aguardou a presença da artista que traria a arte de Ernesto Nazareth. E trouxe realmente, num esbanjo de técnica, criatividade e empolgação que animou a platéia.
Eudóxia é uma figura de carisma, sensível, profundamente sensível, elegante no palco e bem brasileira, até na sua cor amorenada. Ao piano, pulso, mãos, dedos movimentam-se com notável agilidade, flexíveis e à vontade, como se estivesse agindo apenas o coração com o seu amor nacionalista. É forte, audaz, com tamanha fluência que transmite a impressão de deixar dominar-se pela intuição. Seu corpo dança, especialmente ao executar "Ameno Resedá" ou "Apanhei-te Cavaquinho", e nos faz reviver os pares ao som de Nazaré, num baile animado. Mais que isso, ela nos traz a magia do nosso tango e da nossa polca. Daquilo que na linguagem coloquial chamamos de "chorinho". Ou, então, das valsas ternas que ele compôs como ninguém.
Eudóxia de Barros conseguiu eletrizar a platéia, criando um clima de brasilidade. Vi sorrisos nos lábios de muita gente, enquanto tocava "Odeon" ou "Tenebroso". Assim como senti ternura à minha volta na medida em que tocava valsas como "Elegantíssima" ou "Eponina". E foi nesse tom de festa que o recital chegou ao seu final. Mas a artista teve de voltar, e tocar mais dois números: um deles, Fantasia do Hino Nacional Brasileiro, que emocionou e arrancou até aplausos inoportunos.
APianista famosa que tocou em Paris como estrela da música brasileira, Eudóxia precisou enfrentar o preconceito para renascimento de Ernesto Nazareth. Mas valeu o sacrifício da artista, pois ressurgiu com ele todo um passado musical que vem do II Império e que estava esquecido pelos eruditos. Temos de convir que foi um ato de coragem, mas que permitiu ao público de hoje, reunir-se para ouvir polcas e tangos, já nem se fala nas valsas, em recitais que se envolvem em atmosfera de aconchego, de reunião de família - por serem músicas muito nossas - como se estivéssemos num antigo sarau. Parece-me que foi assim o de Pelotas.
Espetáculos como esse, seja de música erudita, semi-erudita ou popular, numa época em que a cultura brasileira se avassala e se deteriora em favor de elementos culturais alienígenas, são sempre bem-vindos. Agradam e fazem bem.

BOURGES – Berry Republican du 19 Janvier 1982.
CONCERT
EUDÓXIA DE BARROS
L’ESPRIT ET LE COEUR


Toute la chaleur de l’âme brésiliennne était bien nécessaire pour réchauffer l’ambiance du théâtre Jacques-Coeur, dimanche aprés-midi. Une cinquantaine de spectateurs seulement s’étaient deplacés pour entendre la pianiste brésilienne Eudóxia de Barros. Sans doute la mixité du programme, mêlant musique classique européennne et musique brésiliennne, avait-elle découragé les amateurs uniques de chaque genre, qui pourtant ne sont pas si éloignés l’un de l’autre.
Toujours est-il que ce demi-désert aurait pu saper le moral d’une artiste a l’âme moins bien trempée. Mais Eudóxia de Barros n’en avait cure. Elle a joué comme pour une salle comble, avec la même générosité, le même don total.
En première partie, avec des oeuvres de Bach, Bartok, Liszt et Moskowsky, elle avait choisi la difficulté, temoignant d’une technique éblouissante, d’une autorité de maitre, d’une virtuosité extraordinaire. Attentive á son art, elle semblait intellectualiser la musique.
Avec Villa-Lobos, Ernesto Nazareth et Camargo Guarnieri, trois compositeurs de son pays, Eudóxia de Barros a laissé parler son coeur. Totalement influencée par la musique européenne, l’oeuvre de Lobos forme comme un trait d’union avec celle de Nazareth, premier musicien classique brésilien a avoir introduit des éléments locaux dans sa création. Grande spécialiste de ce compositeur, la pianiste en parle avec l’émotion qu’elle met dans son interprétation. Mais c’est sans doute après le rappel qu’elle s’est le mieux livrée, dans une fantaisie sur l’hymne national brésilien, pour lequel elle semblait animée d’une flamme intérieure.

JOURNAL: Activités Musicales
DATE: Avril 1982
SIGNATURE: Marie Rose Clouzot


EUDÓXIA DE BARROS se veut un trait-d’union entre la musique sud-américaine el la musique française. Dans cette optique, elle a entamé son dernier récital parisien (Gaveau, 27 Janvier 1982) par l’intégrale des Saudades do Brazil de Milhaud, si rarement jouées dans leur entier, et encore plus rarement jouées aussi bien, avec un sens aussi fin de ce que le musicien français a su ajouter aux rythmes brésiliens. Je n’aime guère "La Famille du Bébé" de Villa-Lobos: L’ écriture en est faussement debussyste et l’inspiration se rapproche plus souvent de la Méthode Rose que des Scènes d’Enfants de Schumann. Ce que ne fait qu’accroître le mérite de l’ínterprète!!! Parmi les autres compositeurs brésiliens inscrits au programme, le plus intéressant m’a semblé être Camargo Guarnieri dont les trois Danses, aussi sauvages qu’originales pourraient être mises en parallèle avec certaines pages de Bartok ou de Prokofiev. Mademoiselle de Barros les a jouées avec une fougue et un enthousiasme convaincants.
Dernières Nouvelles d’Alsace
GUEBWILLER
Nº. 11 - Jeudi, 14 JANVIER 1982
ROUFFACH


EUDÓXIA DE BARROS Ce soleil qui nous vient d’ailleurs Dans un cadre féerique, le château d’Isenbourg enfoui sous la neige, Eudóxia de Barros, pianiste brésiliennne, se proposait samedi soir d’emmener son auditoire au pays du soleil er des flots bleus. Eudóxia de Barros, qualifiée dans son pays de "merveilleuse el plus grande divulgatrice de la musique brésilienne" se révéla très tôt. En effet, c’est à l’âge de 16 ans qu’elle monta pour la première fois sur les planches. Et depuis lors elle parcourt le monde, faisant vibrer les foules dans toutes les salles de concert. Pour son concert rouffachois, elle ouvrit le livre de la musique brésilienne à travers des oeuvres de Nazareth, Vasconcellos Correa, Krieger, Villa-Lobos et Guarnieri. Musique classique ou musique populaire, Eudóxia de Barros les interprète avec une même fougue, une passion toujours renouvelée. Avec un sens inné du rythme, elle s’emporte et communique sa joie de jouer au public. Avec 3e cycle du Nord-Est, de Marlos Nobre, nous avons découvert une manie nouvelle d’utiliser le piano. Au-delà de sa fonction première d’instrument mélodique, il servit aussi de percussion, d’élément rythmique.
Soirée de fête que cette soirée brésilienne: il était impossible de ne pas entrevoir dans les trois danses de Guarnieri, Rio son soleil et son carnaval, de découvrir un peuple où la musique est un élément du quotidien. Ou encore dans les tangos de Nazareth, d’apercevoir cette femme à la chevelure d’ébène virevolter dans une "boite" de São Paulo.
Certes ce sont là des idées et images reçues, mais faute d’avoir été au contact de la terre elle-même, laissons-nous bercer par notre imagination.
Fête, soleil et chaleur, nous les retrouvions tous en un dans un bouquet final éblouissant avec "Fantaisie sur I’hymne national brésilien" de Gottschalk, compositeur américain qui comme nous s’est laissé séduire par le Brésil.

Diário Popular - 12 de Dezembro de 1976.
Auditório
Hispaniae Musicorum Princeps
José da Veiga Oliveira


PIANISTAS
Emergindo daquela tragi-comédia "8 ou 800" da TV Globo, em cujo decurso defendeu com bravura vida e obra de Ernesto Nazareth, para concluir lamentável e ingloriamente, como aliás previramos num programa para macacos de auditórios, no qual música, arte, cultura, entram como Pilatos no Credo; EUDÓXIA DE BARROS retornou ao MASP, totalmente lotado, para récita de inusitada dimensão artística, na qual nossa gloriosa artista pareceu inaugurar novos mundos, inéditas dimensões, invias trilhas, a começar por Wolfgang Amadeus Mozart, que Eudóxia até agora pouco frequentou. Desta feita, Mozart foi contemplado , através duas composições interligadas habitualmente, ambas na clave de dó menor: - Fantasia KV. 475; Sonata KW 457. Tais obras não apelam senão para a sinceridade e os sentimentos profundos. Mozart parecia imerso numa crise emocional, porque tanto uma como outra partitura nada inscrevem do estilo galante típico do Setecentos e suas derradeiras décadas; e o contraste não poderia ser maior. Na Fantasia, Mozart dá curso à livre improvisação, enquanto a Sonata enlaça a forma rigorosa a um estilo inconfundìvelmente pessoal. Eudóxia encontrava-se mais que nunca interiorizada. Nem lhe reconheciamos o habitual feitio leonino da postura, o "penchant" do brilho virtuosístico. Mais recolhida, subjetivada, auscultando vozes que murmuram mensagens inefáveis , sua execução conteve a essência da criatividade. Nem por outro motivo permanecerá inscrita indelével na sensibilidade de quantos tiveram a sorte de ouvi-la. Seguiu-se lindíssima reposição da Barcarola em fá sustenido maior, op. 60, de Chopin, cantante e pura, para retroagir ao não menos inefável Impromptu em sol bemol maior, op. 90 n. 3, de Schubert, tocado numa linha cantante, de rara penetração estilística. A esse Lied ohne Worte premendelssohniano contrastaram os Funerailles de Liszt, enfocados numa atmosfera lírica, fantasmagórica, exaltada, porém jamais histérica. Soube Eudóxia dignificar essa mui abusada, mas soberba página do pianismo romântico.
Todo o repertório pareceria convencional, mas somente em aparência, porque Eudóxia nunca o é, jamais se repete sempre sabe ser autêntica. Toda a referida ubiquidade entroncou na primeira parte do recital. Na 2 ª parte, "Em memória de um amigo"de Camargo Guarnieri, com seus elegiacos e soltos "overtones", parece prolongar as funereas meditações de certos "Ponteios", enquanto "6 prelúdios e ½"de Mignone, já pelo título recordam Satie, o endiabrado e irreverente autor de "Gymnopédies". Mignone parece brincar com a arte de compor; dá-se ao luxo de escrever ao sabor do devaneio, sem a preocupação mínima de estilo. Gratuidade total! Intervalos, dissonâncias, atmosferas, recordam concreções atonal-dodecafônicas. Fascinante arte de compor. Espécie de jogo aleatório de uma das mais extraordinárias e lúcidas mentes da música brasileira, Mignone está pedindo estudo em profundidade sobre sua multiforme produção. Se "Embolada" de Almeida Prado deixa de imbuir-se de originalidade, o que também pervade "A inúbia do cabocolinho" (que nada tem a ver com "caboclinho"!) de Guerra Peixe, já o reverso dá-se com Ernesto Nazareth, cuja música se agiganta cada vez que a ouvimos numa interpretação idiomática e completa como as que Eudóxia ofertou. "Turuna"foi a nosso ver o ápice absoluto da noitada. Tecnicamente impecável, a sonoridade balanceada jogou com graves e agudos distribuidos com absoluta perfeição na molenga linha melódica, mas sem a mínima incidência de prepóstera vulgaridade. "Apanhei-tee cavaquinho" precedeu "Suggestion diabolique" e "Toccata", op. 11, de Prokofiev, espécie de um Liszt propulsivo, modernizado, anti-romântico, descabeladamente percutivo. Eudóxia tocou como ninguem: elétrica, flamejante, cem por cento comunicativa, mesmo gripada, altamente febril!...

O Estado de São Paulo
05 de Julho de 1974


Pianista equilibra técnica e estética
Caldeira Filho
PIANISTA EUDÓXIA DE BARROS - Programa: Bach-Busoni, Coral; N Brahms, Rapsodia op. 79 n. 2; Beethoven, Sonata op.79; Chopin, Berceuse e Balada op 38; Nilson Lombardi; Miniatura n 2; Camargo Guarnieri, Improviso n. 2; (1° audição) - Homenagem a Villa-Lobos; Pe. Penaiva, Mini-suite; E. Nazareth, Batuque; Leon Biriotti, Espirales; Liszt; São Francisco de Paula caminhando sobre as ondas e Mefisto Valse. Para o Departamento de Cultura, dia 28, no MASP.
Eudóxia de Barros é uma pianista privilegiada. Possui o raro dom do equilíbrio técnico-estético, do qual resulta um acabamento perfeito para as suas realizações. Equilíbrio não quer dizer uniformidade nem monotonia, e muito menos "meio-termo". Significa justamente o contrário: proporcionar e dosar artisticamente os contrastes, por mais intensos ou opostos que sejam os fatores em jogo. Nem tanto ao mar nem tanto à terra, costuma-se dizer. Ela, porém, vai ao mar decididamente e corajosamente tanto quanto lhe for expressivamente necessário, e igualmente o faz quando precisa ir à terra. Poder-se-ia desejar maior serenidade do que a que se ouviu envolvendo a Berceuse de Chopin? Maior interioridade no Coral de Bach? Por outro lado, maior violência do que a tempestade que assustou São Francisco de Paula quando se pôs a andar sobre as ondas? Ou mais diabólico encantamento do que o provocado pela presença de Mefistófeles na peça de Liszt?
É preciso não esquecer a sua capacidade de equilibrar também dimensões estéticas. Do compositor brasileiro Nilson Lombardi, de quem conheço uma série de 10 interessantes Ponteios para piano, Eudóxia tocou Miniatura n. 2. Entendemo-nos: miniatura não é o simplesmente diminuto, pequenino e delicado. É o objeto total, com todos os seus pormenores, com todas as suas realidades, mas em ponto, mínimo de dimensão. É como ver as coisas por um binóculo invertido: tudo se reduz em tamanho, mas nada se perde em exatidão ou realismo. Lombardi conseguiu isso, em termos de ternura e expressão, com uma música que mal dura um minuto. E Eudóxia foi capaz de fazer-nos ouvir a intensidade total dessa ternura e dessa expressão; de fazer evolar daqueles poucos compassos toda a musicalidade neles contida; foi capaz, enfim, de desvirar o binóculo (mas haverá binóculo auditivo?) aproximando o objeto sem perda de sua distância estética, onde justamente lhe reside o valor. Bravos ao autor e à intérprete.
Assinalo ainda a peça de Camargo Guarnieri, O Improviso n. 2 - Homenagem a Villa-Lobos. A atmosfera é a de um choro quase torturado, choro-pranto e choro-seresta, ao mesmo tempo, em perfeita aproximação com o estilo do homenageado e em completa adesão emotiva à sensibilidade do mestre.
E, é claro, as demais peças foram dadas por Eudóxia com a mesma perfeição estilística, profunda sensibilidade estética e uma realização pianística que tudo enobreceu e alegrou sobremaneira o Batuque do Ernesto Nazareth. Na vastidão do recinto, um piano de sonoridade mais aberta e ampla teria beneficiado a artista.

"O Estado de São Paulo" - 1970
A arte superior de Eudóxia de Barros


Carlos Vergueiro
Eudóxia de Barros, além do talento que Deus lhe deu, e que é grande, possui outras qualidades que lhe fizeram chegar ao ponto que chegou: uma das melhores pianistas brasileiras. Eudóxia de Barros lutou, trabalhou muito, passou por diversas escolas, tirando de cada uma o que há de melhor, e formou sua própria maneira de interpretar, de sentir, aprimorando sempre e colocando a serviço de sua sensibilidade uma técnica pura e desenvolta.
No ponto em que está na carreira, Eudóxia de Barros não necessita mais de apresentações. É completamente inútil dizer com quem estudou, onde andou, onde ensinou, onde aprendeu; é uma artista completa que continua lutando pela ingrata e dificil posição que escolheu ou que a vida escolheu para ela: ser uma pianista.
Recebemos esta semana o último LP de Eudóxia de Barros, gravado para a Chantecler, de número CMG 1049, onde ela interpreta Chopin e Bela Bartok. Pelos dois autores escolhidos para seu disco, Eudóxia de Barros já mostra sua versatilidade. E quando lembramos que toca Nazareth como ninguém; que se dedica aos novos compositores brasileiros tirando belezas de suas obras; que é uma das melhores intérpretes de Camargo Guarnieri, segundo o próprio compositor, podemos ver o quanto Eudóxia de Barros é realmente versátil, conseguindo sempre descer ao fundo das intenções das obras dos autores que escolhe para seu imenso repertório.
Neste LP, temos as valsas opus 64 nº1, opus 64 nº2 e a em mi menor, póstuma e os Noturnos opus 9 nº1 e opus 72 de Chopin, além da Sonata de 1926, de Bela Bartok, de grande dificuldade técnica e interpretativa, que encontrou em Eudóxia de Barros uma executante à altura.
Todos os que se interessam pela boa música e pelas boas interpretações, devem procurar conhecer este último LP de Eudóxia de Barros, para a Chantecler.

Arnaldo S. Thiago
(da Academia Catarinense de Letras- Florianópolis - SC)

(ouvindo a grande pianista paulistana no recital Gottschalk
em São Paulo, no dia 4 de Setembro de 1969)

Embaixatriz do Reino da Harmonia,
Fizeste-nos ouvir em teu piano
Os acordes suavíssimos do plano
De onde vem a celeste melodia

Como interpretas bem a Fantasia
do nosso excelso hino brasiliano!
Como deve querer-te o Soberano
que te fez ver na Terra a luz do dia!

Sim! Trouxeste do Céu o dom divino
de fazer-nos ouvir o eterno hino
com que se glorifica o Criador.

Depondo, respeitoso, ardente beijo
em tuas lindas mãos, eu nelas vejo
quanto há de belo no divino amor !

Cleveland, February,17, 1969
“The Cleveland Press”
By Dick Wootten


“PHILHARMONIC STIRRING IN ALL-LATIN PROGRAM”
Miss de Barros, a shapely, raven-haired beauty was more master than slave in the Second Piano Concerto by Guarnieri. It was the U. S. premiere of this concerto by Brasil’s N.1 composer.
Miss de Barros performed the work with great confidence, caressing the keys like a Debussy, hammering them like a Bartok and marking the sound emerge clearly like a Mozart. She is an excellent pianist.

By Caldeira Filho
“O Estado de São Paulo”
São Paulo, December 5, 1968


“THREE PIANISTS, THREE STYLES”
...”Eudóxia de Barros who was presented last 20 at the Municipal Theatre, has to her credit a formation very complete of her qualities which made her a famous pianist. Her way of playing is characterized by the emotional vibration, by the generous abandon of her musicality to the composer’s personality, of her intelligence to the interpretative vigilance, of her virtuosity to the expressive means asked at very passage. From that, it results what we can really say “interpretation”, or in other words, a performance where all the present elements go to an unity of a first-rate, making to emerge from the dead notes of the paper, an alive and communicant music. Eudóxia de Barros has a way of playing very fecund in effects and gives a style particularly creative to the interpretation”.

Wilmington Morning Star
Wilmington, N.C., April 19, 1967


Following the intermission, came a marvelous woman pianist, Eudóxia de Barros, a Brazilian, and a most prodigious performer on the piano. With the orchestra’s accompaniment, she played the Variations on a Theme of Paganini for Piano and Orchestra. There are 24 of those variations, and that’s a lot, but she made each one a gem of the first water, and the audience went wild over the performance.
Her power was something to marvel about.
Her technic was magnificent, with a sparkling display of octave playing, for instance, that was almost incredible to behold and to hear.
From the "Firebird" of Stravinsky the Infernal Dance, the Berceuse, and the Finale were played by the orchestra, after the long white - gowned pianist was finally permitted to stop bowing her thanks for tumultuous applause, and that closed the printed program.

BY LINDA LAWS
"HICKORY DAILY RECORD"
HICKORY, N.C., April 13, 1967


"BRAZILIAN PIANIST HIGHLIGHTS BRILLIANT PERFORMANCE UNDER LEADERSHIP OF DR. SWALIN"
The excellent performance of the North Carolina Symphony under the capable baton of Dr. BenjaminSwalin at the P. E. Monroe Auditorium on campus of Lenoir Rhyne college Wednesday evening was highlighted by the magnificent performance of Miss Eudóxia de Barros, pianist.
During Wednesday evening’s performance, she played "Rhaphsody on a Theme of Paganini for Piano and Orchestra", and completely stole the second half of the show.

BY G. BAQUEIRO FOSTER
"EL NACIONAL"
México, D. F., Marzo 28 de 1967


"OPERA, CONCIERTOS, BALLET"
... obras con las que ya se pudo apreciar su avanzada técnica pianistica y el domínio de la interpretación, en la que tuvo momentos muy felices.
Beethoven estuvo representado en su programa con la "Sonata Op. 10 nº2", destacando una ejecución limpia y clara y una feliz matización, sobre todo en el Allegretto. En el último movimiento lució su agilidad digital y un fino concepto del estilo beethoveniano.
Su programa también contuvo obras de los modernos, que ejecuta con alarde de técnica y buen gusto. Essa noche se le aplaudió calurosamente la "Sonata" de Bela Bartók, "Pájaros tristes" y "Alborada del gracioso", de Ravel, y las preciosas "Tres danzas", de Camargo Guarnieri.

By Fernando Pineda Ugarte
"El Pueblo"
Tegucigalpa, Honduras, Central America, June 17, 1967


"BRAZILIAN PIANISTS"
By 1914, more or less, a young pianist, from 18 to 20 years old, very pretty, arrived in Genebra (Switzerland). At her concert in the "Tonhalle"she played, among the many pieces of the program, the "Turkish March" of Beethoven. And she played it with so much brilliance, that the audience, in which I was, clapped in some unusual way and she had ro repeat it three times. This pianist who is now the best from Brazil and undoubtedly one of the best in the world, calls Miss Guiomar Novaes. Just now, when our Sociedade Pró-Arte from Honduras sponsored the concert of the evening June 13, at the "Casa de la Cultura", with the young pianist Eudóxia de Barros, Brazilian too, I guessed I was going to meet another great pianist. And it was like this. The Beethoven and Chopin Sonatas were played impeccablely. But the audience who contributes with its attitude to the success of a concert, exceeded in enthusiasm with the second half of the program. The climax came with the encore Rachmaninoff’s Prelude in G minor, and the program was over with a marvelous tenderness sentiment through the Shostakovitch’s Small Dancer. How much delicacy and how much charm, for Godness’s sake! Eudóxia de Barros, also a beautiful woman, I am sure, will take a similar place as of Miss Novaes, my first great idol as a pianist".

By Raymond Ericson
"The New York Times"
New York, November 22.1967


"EUDÓXIA DE BARROS PLAYS PIANO RECITAL"
"Eudóxia de Barros, a young Brazilian pianist who has been teaching at the North Carolina School of the Arts for the last two years, made her New York debut recital in Town Hall last night and proved to be an attractively individual artist. She has a lean, wiry style that comprises both delicate and thunderously forceful playing and that works best in contemporary music. She gave a striking reading of the Bartók Sonata where the percussive quality of individual notes and chords, the sharply defined textures and the nervous momentum were brilliantly fused. There were wisps and flashes of color in Ravel’s "Oiseaux Tristes" and "Alborada del Gracioso" and some insinuating rhythms in "Three Dances" by Camargo Guarnieri, the pianist’s country man. In many individual passages in Beethoven’s Sonata in F (Op. 10 nº 2) and "Chopin’s B minor Sonata. Miss de Barros’s playing was effectively personal. The opening and closing pages of the Scherzo in the Chopin, for example, were light and fast each note distinct. The curious Beethoven Sonata had a good deal of pawky humor".

By Ylda Novik
“The Evening Star”
Washington, D.C., June 12, 1967


“In Eudóxia de Barros, pianist at last evening’s National Gallery of Art concert, we find a young woman who approaches her instrument - and the music she plays on it - with the greatest of warranted confidence. Her self-assurance stems from her training with the great Magda Tagliaferro and her subsequent brillantly acclaimed concert career in South America... When it came to large works the gifted artist did not quail at the rigors of either the Sonata of Chopin in B Minor, Opus 58 or Bartok’s sole composition in that form. Indeed she seemed to relish the abundant octave passages with which both sonatas are liberally endowed. Her superb reading of the Bartok assures her a firm place as an exponent of the Hungarian master’s music. Ravel’s, Oiseaux Tristes and Alborada del Gracioso rounded out the program-assuredly one of this year’s best recitals at the East Garden Court”.
By Cecília H. Porter
“The Washington Post”
Washington, D.C., June 12, 1967


“PIANIST PLAYS RECITAL WITH FIRE AND GUSTO”
“A young native of São Paulo, Brasil, performed a fine piano recital last night at the National Gallery. She was Eudóxia de Barros, a leading new artist in her own country who received a diploma from the Mozarteum in Salzburg and teaches at the North Carolina School of the Arts in Winston-Salem. Her artistic outlook can be immediately classified as energetic rather than pensive. This characteristic was felt last night in her unfailing rhythmic drive, in her agility and in her fiery approach to all she played... This psychological momentum also gave direction to the works without impeding her sense of finesse in detail. An unflagging legato and rhapsodic freedom in the Giannini’s Interlude lent an air of fantasy to a vaporous passacaglia... In Miss de Barro’s hands the Chopin Sonata was charged with feverish interchanges between furioso and cantabile. The Scherzo received all the suppleness it required and the Finale brought moments unrelenting gusto. A few minutes of well-played Ravel, the “Oiseaux Tristes”and “Alborada del Gracioso”, prepared the way for Bartok’s Sonata, each movement of which determination drove Miss de Barros through the first Allegro with homogeneous percussive barbarity. And she gripped the concluding movement with primitive rhythmic madness until the end”.

By Pattie Lambert
“The Rocky Mount, N.C. Telegram”
Rocky Mount, May 16, 1967


...”The evening’s featured soloist, pianist Eudóxia de Barros played with drive and vigor. She displayed finesse and sensitivity in the passages requiring these qualities”.
“The Fayeteville Observer”
Fayeteville, N.C., April 21, 1967


...”Easily the hight–light of the evening was Miss Eudóxia de Barros performance of the solo part to Rachmaninoff’s “Rhapsody on a theme of Paganinni”. Miss de Barros was more than equal to the considerable technical demands of the work and played with an admirable verve and spirit”.
By Bill Mebane
“The Asheville (N.C.) Times”
Asheville, April 26, 1967


“SYMPHONY OFFERS BRILLIANT PROGRAM”
The Musicians produce a sound that is both rich and brilliant, and last night’s program, adorned by Brazilian pianist Eudóxia de Barros, gave plentiful opportunity to show off those qualities.
Miss De Barros, now teaching at the North Carolina School of the Arts in Winston-Salem, was heard in performance of the “Rhapsody on a Theme of Paganini”, by Rachmaninoff.
The piece, composed in 1934, was Rachmaninoff’s last work for orchestra, and it is a razzle-dazzle display of pianistic pyrotechnics.
Miss De Barros made it a pleasure from first to last.
The composition was a triumph for both soloist and conductor.

By Beverly Wolter
“Winston-Salem Journal”
Winston-Salem, April 22, 1967


Miss de Barros, a teaching fellow at the North Carolina School of the Arts, played Rachmaninoff’s Variations on a Theme of Paganini for Piano and Orchestra. She is a forceful player but has a vital sense of lyrical values.
By Joan Reinthaler
“The Washington Post”
Washington, D.C., May 13, 1966


...”The good-sized audience assembled at the Pan-American Union last evening was treated to an impressive and intelligently played program by pianist Eudóxia de Barros... Miss de Barros plays as one who has been well trained and who, in addition, is a good musician”.
By Veiga de Oliveira
“Diário Popular”
São Paulo, August 21, 1966


...”There was in Bizancio na empress called Eudóxia, famous in the church annals. We also have in São Paulo an Eudóxia, who also deserves the title of empress, the empress of the piano. Coming recently from the United States (for a few months in Brazil) where she is a student of Olegna Fuschi and a faculty member of the North Carolina School of the Arts, she presented the “Rhapsodie” by Paganini-Rachmaninoff, with the “Orquestra Sinfônica Municipal” under the direction of Edoardo De Guarnieri... How beautifully Eudóxia de Barros was able to phrase! What superb passages of quick, terrific octaves in the finale! Everything happened without any failing, any stumble, any memory mistake, with a technical and interpretative command, resulting from a complete maturity, absolute concentration and stylistic understanding. She is, without doubt, one of the most extraordinary artist of Brasil”.
By Andrade Muricy
“Jornal do Comércio”
Rio de Janeiro, October 6, 1962


...”Very few times we have attended a concert with such perfect integration: temperamental and intelligent, as we attended last night at the Eudóxia de Barros’s recital”.
By Tavares de Lima
“A Gazeta”
São Paulo, April 7, 1962


...”It seemed to us that everybody (orchestra, pianist and conductor), had received in that night some special inspiration in order to transmit the name “Brazil” through the creative language of Camargo Guarnieri. We already had heard the recording of this “Concerto n.1”, which impressed us very much, but the performance of yesterday surpassed our expectation. And, very few pianists will be able to play with the bravura which Eudóxia de Barros displayed last night”.
By Caldeira Filho
"O Estado de São Paulo"
São Paulo, November 18, 1961


... "Eudóxia de Barros is a very well developed pianist is sheer virtuosity as well as in the creative task of interpretation. Everything sounds clear, transparent, measured but spontaneous, impeccably constructed but communicative, with much technique but always with much beauty... The pieces which she performed allowed her to show her most outstanding qualities, like the versatility of expression and this splendid musicality so exuberant, generous, excellently cultivated, thanks to which she is imposing herself as an authentic value among the Brazilian pianists".
By M. Fachinetti
“Le guide des Concerts”
Paris, March, 1958


...S’est presentée la pianiste brésilienne Eudóxia de Barros, personalité differente et pour cela justement déjà remarquable”...